Durante a menopausa ocorre diminuição da produção de estrógeno, que é um hormônio produzido pelos ovários e responsável por controlar várias funções no corpo como a saúde do sistema reprodutor feminino, dos ossos, do sistema cardiovascular e do cérebro.

A redução desse hormônio pode aumentar o risco de desenvolvimento de algumas doenças como osteoporose, depressão, cistos na mama, pólipos no útero ou até mesmo o câncer porque as alterações nos níveis de hormônio, características dessa fase da vida da mulher, facilitam o seu desenvolvimento ou instalação.

No entanto, é importante ter em mente que estar na menopausa não necessariamente significa que a mulher vai desenvolver alterações e/ ou doenças. Por isso, é importante que o ginecologista seja consultado regularmente para que seja avaliada a saúde da mulher e seja iniciado o tratamento de reposição hormonal caso seja necessário.

meditação e saúde cardiovascular

Algumas doenças que podem ter o risco aumentado de acontecer devido à menopausa são:

1. Alterações na mama

As mudanças hormonais que acontecem na menopausa podem provocar alterações na mama como formação de cistos ou câncer.

Os cistos na mama são comuns em mulheres até 50 anos, mas podem acontecer em mulheres na pós menopausa, principalmente quando se faz terapia de reposição hormonal. O principal sintoma do cisto na mama é o surgimento de um caroço, que pode ser observado no autoexame da mama, na ultrassonografia ou na mamografia.

Além disso, há maior risco de desenvolvimento de câncer de mama em mulheres com menopausa tardia, ou seja, que ocorre após os 55 anos. Isto porque quanto mais ciclos menstruais a mulher tem ao longo da vida, maior o efeito do estrógeno no útero e nas mamas, o que pode causar alterações malignas nas células. Portanto, quanto mais períodos menstruais a mulher tem, mais tempo ficam expostas ao estrógeno.

O que fazer: deve-se fazer o autoexame das mamas todos os meses e observar se apresenta algum caroço, deformação, vermelhidão, saída de líquido pelo mamilo ou dor na mama e procurar ajuda médica o mais rápido possível para verificar se é um cisto ou câncer. Caso seja diagnosticado um cisto, o médico pode realizar uma punção aspirativa por agulha fina. Já no caso do câncer de mama, o tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia. 

2. Cistos nos ovários

Os cistos nos ovários são muito comuns devido às alterações hormonais na menopausa, mas nem sempre geram sintomas e podem ser detectados durante o exame ginecológico de rotina e exames de imagem como ultrassom. No entanto, alguns sintomas podem ocorrer como dor no abdômen, sensação frequente de barriga inchada, dor nas costas ou náuseas e vômitos.

Quando esses cistos aparecem na menopausa, geralmente são malignos e necessitam de cirurgia para retirá-los, como a laparoscopia, por exemplo. Após a cirurgia, o cisto é enviado para biópsia e, se necessário, o médico pode indicar um tratamento complementar.

O que fazer: no caso de apresentar sintomas, deve-se procurar ajuda médica o mais rápido possível, pois o cisto pode romper e causar complicações. Além disso, deve-se fazer acompanhamento com ginecologista de forma regular para detectar alterações nos ovários e fazer o tratamento mais adequado.

3. Câncer de de endométrio

O câncer de endométrio pode ocorrer na menopausa, principalmente na menopausa tardia, e geralmente é detectado em estágio inicial porque sintomas como sangramento vaginal ou dor pélvica são os primeiros sinais desse tipo de câncer.

O que fazer: deve-se consultar um ginecologista para fazer exames que incluem o exame pélvico, ultrassom, histeroscopia ou biópsia. Caso seja diagnosticado o câncer de endométrio no estágio inicial a retirada cirúrgica do útero geralmente cura o câncer. Nos casos avançados, o tratamento é cirúrgico e o médico também pode indicar radioterapia, quimioterapia ou terapia hormonal.

4. Pólipos uterinos

Os pólipos uterinos, também chamados de pólipos endometriais, podem não causar sintomas, mas em alguns casos pode haver sangramento após a relação e dor pélvica. São mais comuns nas mulheres que fazem reposição hormonal e nas que não tiveram filhos. Seu tratamento pode ser feito com remédios ou cirurgia e raramente vira câncer. Outro tipo de pólipo uterino é o pólipo endocervical, que aparece no colo do útero, e pode não causar nenhum sintoma ou causar sangramento após o contato íntimo. São diagnosticados através do papanicolau e podem ser retirados com anestesia local na clínica, ou no hospital. 

O que fazer: ao apresentar sintomas deve-se consultar um ginecologista para verificar a presença de pólipos endometriais ou endocervicais. Além disso, é aconselhado acompanhamento regular com o médico e fazer o papanicolau pelo menos uma vez ao ano. O tratamento desses pólipos é feito com cirurgia para sua remoção.

5. Prolapso uterino

O prolapso uterino é mais comum nas mulheres que tiveram mais de um parto normal e provoca sintomas como descida do útero, incontinência urinária e dor no contato íntimo. 

Na menopausa, pode ocorrer maior fraqueza dos músculos pélvicos devido a diminuição da produção de estrógeno, causando o prolapso uterino.

O que fazer: nesse caso, o ginecologista pode indicar o tratamento cirúrgico para reposicionamento do útero ou retirada do útero.

6. Osteoporose

A perda óssea é uma parte normal do envelhecimento, mas as alterações hormonais da menopausa levam a uma perda óssea muito mais rápido do que o normal, principalmente nos casos de menopausa precoce, que começa antes dos 45 anos. Isso pode levar à osteoporose, que deixa os ossos mais frágeis, aumentando o risco de fraturas. 

O que fazer: o tratamento da osteoporose na menopausa deve ser indicado pelo médico e pode incluir terapia de reposição hormonal e uso de medicamentos como ibandronato ou alendronato, por exemplo. Além disso, pode-se incluir na dieta alimentos que ajudam a fortalecer os ossos para auxiliar no tratamento médico.

7. Síndrome geniturinária

A síndrome genitourinária é caracterizada pela secura vaginal, irritação e flacidez da mucosa, perda do desejo sexual, dor durante o contato íntimo ou incontinência urinária que pode causar perda da urina na roupa.

Essa síndrome é comum na menopausa devido à diminuição da produção de estrógeno  que pode deixar as paredes da vagina mais finas, mais secas e menos elásticas. Além disso, também pode ocorrer um desequilíbrio da flora vaginal, aumentando o risco de infecções urinárias e vaginais. 

O que fazer: o ginecologista pode indicar utilização de uma terapia de reposição hormonal para reduzir os sintomas e o desconforto.

8. Síndrome metabólica

A síndrome metabólica é mais comum na pós-menopausa, mas também pode acontecer na pré-menopausa e é caracterizada por obesidade, principalmente por aumento da gordura abdominal, aumento do colesterol ruim, hipertensão e aumento da resistência à insulina que pode causar diabetes.

Essa síndrome pode ocorrer pelas alterações hormonais da menopausa e pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares como aterosclerose, infarto do miocárdio ou derrame cerebral. 

Além disso, a obesidade da síndrome metabólica pode aumentar o risco de outras doenças na menopausa como câncer de mama, endométrio, intestino, esôfago e rim.

O que fazer: o tratamento que pode ser indicado pelo médico é usar medicamentos específicos para cada sintoma, como anti-hipertensivos para controlar a pressão arterial, anticolesterolêmicos para reduzir o colesterol ou antidiabéticos orais ou insulina.

9. Depressão

A depressão pode acontecer em qualquer fase da menopausa e ocorre devido às alterações nos níveis hormonais, principalmente do estrógeno, que influencia a produção de substâncias no corpo como serotonina e norepinefrina que agem no cérebro controlando o humor e o ânimo. Na menopausa os níveis dessas substâncias diminuem aumentando o risco de depressão.

Além disso, junto com as alterações hormonais, alguns fatores podem alterar o estado psicológico da mulher durante a menopausa, como as mudanças no corpo, no desejo sexual e na disposição, podendo levar à depressão.

O que fazer: o tratamento da depressão durante a menopausa deve ser orientado pelo médico.

10. Problemas de memória

As alterações hormonais na menopausa podem causar problemas de memória, dificuldade de concentração e diminuição da capacidade de aprendizado. Além disso, ter insônia e as mudanças hormonais no cérebro, podem aumentar o risco de problemas de memória e aprendizado.

O que fazer: deve-se consultar um ginecologista que pode indicar uma terapia de reposição hormonal caso a mulher não tenha risco de desenvolver câncer, por exemplo.

11. Disfunção sexual

A disfunção sexual na menopausa é caracterizada por diminuição do desejo sexual ou desejo de iniciar o contato íntimo, diminuição da excitação ou da capacidade de atingir orgasmo durante a relação e, isso ocorre, devido a diminuição da produção de estrógeno nessa fase da vida da mulher.

Além disso, pode ocorrer dor durante o contato íntimo devido a síndrome genitourinária, o que pode contribuir para a diminuição da vontade de se relacionar com o parceiro.

O que fazer: o tratamento da disfunção sexual na menopausa pode incluir medicamentos com testosterona, indicados pelo médico.

Fonte: https://bit.ly/2s7fW7J


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