Segundo a reportagem da CNN “Only 25% of sunscreens offer broad-spectrum protection without ‘troublesome’ ingredients, report says”, não. Confira o que a reportagem disse.
A maioria das opções de protetor solar contém uma ou mais de uma dúzia de substâncias químicas que a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) afirmou que devem ser pesquisadas pelos fabricantes antes que os ingredientes possam ser considerados GRASE (geralmente reconhecidos como seguros e eficazes), de acordo com uma nova análise.
“Descobrimos que apenas 25% dos protetores solares disponíveis no mercado oferecem uma boa proteção de amplo espectro sem ingredientes químicos problemáticos”, disse Emily Spilman, gerente do programa Healthy Living Science da Environmental Working Group, uma organização sem fins lucrativos de defesa do consumidor que investiga produtos de protetor solar há 17 anos.
O relatório deste ano, intitulado “Guia Anual EWG para Protetores Solares Mais Seguros”, foi lançado na terça-feira.
O relatório de 2023 também traz boas notícias, tanto para as pessoas quanto para o planeta. O uso do bloqueador de raios ultravioleta oxibenzona, que tem sido associado a danos à saúde humana e destruição de recifes de coral, continua a diminuir, segundo o relatório.
Em 2019, a oxibenzona era um ingrediente em 60% de todos os produtos de protetor solar testados pela EWG, caindo para 30% em 2022. Este ano, o produto químico foi usado em apenas 6% dos produtos testados, que incluíam protetores solares, hidratantes diários e bálsamos labiais com proteção solar.
O melhor protetor solar para uso
Para o relatório de 2023, a EWG testou e classificou mais de 1.700 produtos de protetor solar quanto à sua segurança e eficácia, agrupando os resultados por uso. No melhor protetor solar para aplicação recreativa e na praia, 229 produtos atenderam aos critérios da EWG; na categoria de bebês e crianças, 51 produtos atenderam aos critérios; e 128 produtos foram incluídos na melhor categoria de uso diário.
“Embora os fabricantes possam estar abandonando a oxibenzona, uma parte significativa do mercado ainda é composta por produtos que usam os 12 ingredientes que não podem ser considerados seguros e eficazes sem testes adicionais”, disse o cientista sênior da EWG, David Andrews.
Os produtos foram classificados de um (melhor) a 10 (pior) em conformidade em quatro categorias principais: o nível de proteção UVB e UVA separadamente, o equilíbrio entre os dois e a estabilidade dos ingredientes ativos, incluindo qualquer tendência de se decompor na luz solar ou reagir com outros ingredientes e se tornar menos eficaz.
Além de substâncias químicas, existem dois tipos de ingredientes minerais, o dióxido de titânio e o óxido de zinco, que a FDA afirmou serem seguros e eficazes e estão listados no guia. No passado, os protetores solares minerais tinham uma má reputação por deixar um resíduo branco e gizento na pele; no entanto, muitas das opções mais recentes no mercado resolveram esse problema, afirmou Spilman.
No entanto, a inclusão no guia de protetores solares não exige que os fabricantes listem os ingredientes ou forneçam documentação sobre a segurança de seus produtos, disse Homer Swei, vice-presidente sênior de Healthy Living Science da EWG.
“Os consumidores precisam ter confiança de que os produtos de proteção solar que eles usam atendam aos padrões internacionais”, disse Swei.
Para garantir isso, a EWG expandiu seu programa de verificação de produtos de cuidados pessoais para incluir protetores solares este ano. Os fabricantes podem adicionar o selo de aprovação da EWG aos rótulos se os produtos de proteção solar atenderem às diretrizes extremamente rigorosas do grupo para produtos de cuidados pessoais verificados.
“Até agora, temos três marcas com 12 produtos que passaram pelo programa, e esperamos que isso cresça”, disse Spilman. “Todas as taxas do programa são reinvestidas na ciência e pesquisa que fazemos na EWG em benefício dos consumidores”.
Para obter o selo da EWG, o item deve ser “verde”, representando pouco perigo para a saúde ou o meio ambiente, e deve listar todos os ingredientes no rótulo, incluindo nanopartículas e fragrâncias. O protetor solar não deve conter ingredientes restritos pela União Europeia e Canadá, bem como pela FDA, pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, pelo Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos e pela lista de carcinógenos conhecidos e toxinas reprodutivas da Proposição 65 da Califórnia.
Os protetores solares que possuem o selo de verificação da EWG não podem usar alegações de marketing proibidas pela FDA, como “bloqueador solar”, “à prova de suor” ou “à prova d’água”, e não podem estar na forma de aerossol ou pó devido ao risco de inalação. O produto deve ter um fator de proteção solar (FPS) entre 15 e 50 e deve concordar em fornecer resultados sobre o desempenho de proteção UVA de um laboratório independente.
Os seguintes protetores solares passaram nos testes de verificação da EWG:
• Protetor Solar Mineral em Bastão ATTITUDE, Rosto, Sem Perfume, FPS 30
• Protetor Solar Mineral em Bastão ATTITUDE, Crianças, Rosto, Sem Perfume, FPS 30
• Protetor Solar Mineral em Bastão ATTITUDE, Crianças, Tropical, FPS 30
• Protetor Solar Mineral em Bastão ATTITUDE, Flor de Laranjeira, FPS 30
• Protetor Solar Mineral em Bastão ATTITUDE, Tropical, FPS 30
• Protetor Solar Mineral em Bastão ATTITUDE, Sem Perfume, FPS 30
• Protetor Solar Mineral em Bastão ATTITUDE, Crianças, Sem Perfume, FPS 30
• Loção Protetora Solar Mineral para Bebês Babo Botanicals, FPS 50
• Loção Protetora Solar Mineral Leve Babo Botanicals, FPS 50
• Loção Protetora Solar Mineral com Zinco Transparente Babo Botanicals, FPS 30
• Loção Protetora Solar Mineral Beautycounter Countersun, FPS 30
• Protetor Solar Mineral em Bastão Beautycounter Countersun, FPS 30
Amplo espectro e FPS
Raios ultravioleta A de longa onda (UVA) e raios ultravioleta B de curta onda (UVB) penetram na camada de ozônio e podem queimar, danificar e envelhecer a pele, mesmo em dias nublados. A radiação ultravioleta é um “carcinógeno humano comprovado”, causando carcinoma de células escamosas e carcinoma de células basais, que podem se desenvolver em melanoma, de acordo com a Skin Cancer Foundation, que trabalha em estreita colaboração com a indústria de protetor solar.
Até 95% de toda a radiação ultravioleta que atinge nossa pele são raios UVA. Esses raios, que podem passar através do vidro, têm a mesma intensidade durante todo o ano, enquanto os raios UVB se tornam mais poderosos na primavera e no verão, especialmente entre as 10h e as 16h.
O FPS, ou fator de proteção solar, se aplica apenas aos raios UVB, portanto, outros ingredientes precisam ser adicionados para bloquear os raios UVA. Apenas um protetor solar rotulado como “amplo espectro” protegerá a pele tanto dos raios UVA quanto dos raios UVB, de acordo com a FDA.
Atualmente, pesquisas mostraram que o químico avobenzona e o mineral óxido de zinco são as melhores escolhas para a proteção UVA. No entanto, a avobenzona é uma das 12 substâncias químicas de preocupação para a FDA, portanto, escolher um produto com óxido de zinco pode ser a opção mais segura, segundo a EWG.
Protetores solares minerais como o óxido de zinco não são absorvidos pela pele. Eles refletem e bloqueiam fisicamente os raios solares, ao contrário dos protetores solares com filtros químicos que absorvem os raios UVB e liberam calor à medida que se degradam. Outra vantagem – os ingredientes minerais não parecem prejudicar o meio ambiente.
Algumas pessoas escolhem protetores solares com um FPS de 100+, acreditando que são os mais protetores. No entanto, não há dados confiáveis mostrando que protetores solares podem proteger além de um nível de FPS de 50+ a 60+, e rotular protetores solares em níveis mais altos poderia fornecer aos usuários uma falsa sensação de proteção solar, segundo a FDA.
Um grande declínio
A queda dramática no uso de oxibenzona pelos fabricantes pode ser resultado da preocupação dos consumidores com os “efeitos tóxicos ambientais, bem como os efeitos na saúde humana”, disse Spilman.
A oxibenzona foi um dos seis produtos químicos de protetor solar encontrados na corrente sanguínea de voluntários em níveis que excedem os limites de segurança após apenas um dia de uso, de acordo com um estudo de 2019 realizado pela Food and Drug Administration dos Estados Unidos.
A oxibenzona foi absorvida pelo corpo em concentração de cerca de 50 a 100 vezes maior do que outros cinco ingredientes testados – avobenzona, octocrileno, homosalato, octisalato e octinoxato. A oxibenzona e outro produto químico – homosalato – permaneceram na corrente sanguínea por sete a 21 dias, constatou o estudo.
Pesquisas mostraram uma possível ligação entre a oxibenzona e níveis mais baixos de testosterona em adolescentes, alterações hormonais em homens, gestações mais curtas e alterações no peso ao nascer dos bebês. No entanto, apenas porque um ingrediente é absorvido pela pele não significa que esse ingrediente em particular seja inseguro, afirmou a FDA em 2019. A indústria deve testar os ingredientes para ter certeza, acrescentou a FDA.
O Conselho de Produtos de Cuidados Pessoais, uma associação da indústria, disse à CNN que a FDA solicitou dados adicionais da indústria sobre alguns ingredientes de protetor solar usados em todo o mundo.
“Importante ressaltar que os protetores solares feitos com esses ingredientes não são considerados inseguros pela FDA e continuarão no mercado para serem usados como parte das práticas seguras ao tomar sol, enquanto dados adicionais são coletados”, disse a cientista-chefe do Conselho, Alexandra Kowcz, acrescentando que o relatório da EWG de 2023 “recorre a alarmismo com informações enganosas que poderiam fazer com que os consumidores deixassem de usar protetores solares completamente”.
Fonte: https://bit.ly/2s7fW7J
